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AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS - PEGADA DE CARBONO
Os gases com efeito de estufa (GEE) alteram o balanço de radiação solar:
Concentração GEE → absorção da radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre → equilíbrio energético restabelece-se pelo aumento da temperatura na baixa atmosfera (troposfera);
Sem o efeito de estufa a temperatura média seria – 18ºC e não 15ºC
Face ao aumento anómalo da temperatura, acompanhando de uma forma diretamente proporcional o aumento das emissões de gases com efeito de estufa, a comunidade científica aponta para um processo de efeito de estufa, e concomitantes alterações climáticas, de origem antropogénica, isto é, humana.
SINAIS DA MUDANÇA CLIMÁTICA EM CURSO (de origem antropogénica)
EEITO DE ESTUFA: O NATURAL E O ANTROPOGÉNICO:
Sinal 1 – Aumento da temperatura média
Sinal 2 – O aquecimento é global
Sinal 3 – Aumento do Vapor de Água na Atmosfera
Sinal 4 – Aumento da temperatura nos oceanos
Sinal 5 – Diminuição da massa glaciar e das superfícies geladas
Sinal 6 – Subida do nível do mar
Sinal 7 – Alteração dos padrões de precipitação
Sinal 8 – Aumento da frequência e intensidade dos fenómenos climáticos extremos
“A mudança climática é inexorável, é grave e já está em curso. Alguns dos sinais de aquecimento e de anomalia climática registadas nos últimos anos já devem ser lidos à luz do efeito de estufa de origem antropogénica.”
IMPACTE DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS EM PORTUGAL
- Portugal severamente afetado pela mudança climática
- Portugal Continental: aumento da temperatura máxima (no Verão) em 3ºC nas zonas costeiras e em 7ºC no interior
- Forte aumento da frequência e da intensidade das ondas de calor
- A precipitação reduzir-se-á em 20 a 40% face aos valores atuais, mas os eventos de precipitação intensa aumentarão
- Melhores condições de sobrevivência dos mosquitos e parasitas, favorecendo o desenvolvimento da malária e da febre do Nilo Ocidental na Primavera e no Verão
- A subida do nível do mar poderá atingir cerca de 1m na costa Norte, entre Viana do Castelo e Leixões, e 0,6m na costa Centro e Sul
- Forte erosão do litoral português, com um custo de reparação e adaptação que pode atingir de 2500 M€.
CUSTOS DA INAÇÃO
Nos últimos 20 anos:
- As perdas das seguradoras, decorrentes de fenómenos climáticos, duplicaram
- Prejuízos económicos causados pelos eventos climáticos extremos aumentaram de uma média anual de 5000 milhões € para 11000 milhões €
- Na Europa mais de 80% das perdas económicas por catástrofe se relacionaram com eventos climáticos extremos
- De entre os 5 anos com mais custos económicos provocados pelas catástrofes climáticas, 4 ocorreram depois de 1997.
ADAPTAÇÃO
- Alguns dos impactes futuros da mudança climática, são inevitáveis e irreversíveis nas próximas duas décadas
- É fundamental assumir o desafio da adaptação às alterações climáticas
- Relatórios IPCC e Stern: Para a maioria dos países industrializados, os custos da adaptação às alterações climáticas são muito mais baixos do que os custos das consequências da inação
- Este desafio é mais importante (MAIORES IMPACTES), mas simultaneamente mais difícil (MENOR CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO), nos países em vias de desenvolvimento
- A adaptação às alterações climáticas nas zonas costeiras dos PVD é a mais exigente: será necessário proteger ou relocalizar zonas extremamente povoadas e pobres.
MEDIDA DE MITIGAÇÃO - Pegada Ecológica
Uma das medidas de mitigação/minimização do nosso impacte nas alterações climáticas é calcular a pegada carbono das empresas/organizações.
A procura imparável de bem-estar, nos últimos 40 anos, colocou o nosso planeta perante uma situação insustentável – comida, bebida, energia e transportes levaram a um declínio de 30% da biodiversidade global e a uma pressão sobre os recursos naturais, ou pegada ecológica, na ordem de uma Terra e meia. Os sinais estão à vista e a mensagem é clara. Só falta introduzi-la: é obrigatório mudar as nossas opções, sob pena de comprometermos, já não apenas o futuro dos nossos filhos, mas o nosso presente. [1]
O cálculo da pegada de carbono é apenas um dos componentes da pegada ecológica mais ampla. Isto porque, uma pegada ecológica compara o consumo de recursos e terra da população com a Capacidade do planeta de se regenerar.
Atualmente, a pegada ecológica da Terra está 23% acima da capacidade.
É necessário um ano e dois meses para regenerar o que nós consumimos num ano. [1]

Quadro 1 - Definições de componente da pegada [2]

Figura 1 - Toda a actividade Humana usa terra e/ou recursos pesqueiros biologicamente produtivos. A Pegada Ecológica é a Soma dessa área, seja qual for a sua localização no planeta.
PEGADA CARBONO
Todos nós temos uma pegada de carbono no mundo (indivíduos, empresas, organizações), sendo que esta mede a quantidade de dióxido de carbono (CO²) que produzimos diariamente, através de simples gestos e rotinas, e o consequente impacto ambiental que essas emissões têm. A pegada de carbono é uma forma de medirmos o nosso impacto no ambiente. No entanto, podemos agir e reduzir a nossa pegada de carbono!
O objetivo principal da pegada de carbono passa por eliminar a sua própria marca no ambiente, quantificando e compensando as emissões de carbono associadas aos recursos utilizados na sua realização.
Exemplo prático numa empresa:
A Pegada de Carbono dos produtos é a soma de todos os gases com efeito de estufa emitidos durante todo o ciclo de vida. Isto inclui as matérias – primas utilizadas, a produção, a distribuição, o consumo e o destino final. O impacte ambiental é medido em CO2 e em CO2 equivalentes!
As pegadas dão pistas de onde viemos e para onde vamos. As impressões das pegadas dão-nos informações sobre os animais que as deixam. As pegadas reais oferecem detalhes sobre o tamanho, peso e velocidade, ao passo que as pegadas de carbono medem quanto dióxido de carbono (CO2) nós produzimos no nosso dia-a-dia. Uma ida ao trabalho de carro, um movimento do interruptor de luz ou até uma viagem de avião para surfarmos em Marrocos, tudo isso utiliza combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás. Quando combustíveis fósseis são queimados, são emitidos Gases do Efeito Estufa (GEE), como o CO2, que contribuem para o aquecimento global. [3]
Com a crescente preocupação com o ambiente e o aquecimento global, muitas pessoas/empresas começaram a reduzir as suas emissões de carbono aumentando a eficiência energética de suas casas/empresas e utilizando menos o automóvel. Com recurso a algumas ferramentas, começaram a calcular as suas pegadas de carbono para estabelecer um marco - como se pesassem antes de uma dieta. Uma pegada de carbono é simplesmente um valor: geralmente um total mensal ou anual de emissão de CO2 medido em toneladas. Os sites com calculadoras de carbono transformam informações fáceis de fornecer, como a quilometragem anual e o uso mensal de energia, em uma tonelagem de carbono mensurável.
Empresa/organizações
Já existem empresas que nos seus rótulos incluem a sua pegada, assim vão permitir que os consumidores tenham uma melhor perceção do entendimento da ação e comecem a calcular as suas pegadas de carbono apoiando produtos que façam o mesmo. Nos rótulos vem estimadas as emissões emitidas com produção, embalagem, transporte e desperdício de um produto.
Existe no mercado várias ferramentas disponíveis para calcular a pegada de carbono, destinada a ajudar as pequenas empresas de todo o mundo a avaliarem o seu impacto nas alterações climáticas.
Ao usarem estas calculadoras, as empresas podem avaliar quais as suas atividades que têm mais impacto nas alterações climáticas. Assim e com os conselhos disponíveis para redução que também podem encontrar nos vários website disponíveis, podem começar a implementar ações para reduzir as suas emissões.
ONDE POSSO CALCULAR A MINHA PEGADA ECOLÓGICA/CARBONO?
Face ao aumento anómalo da temperatura, acompanhando de uma forma diretamente proporcional o aumento das emissões de gases com efeito de estufa, a comunidade científica aponta para um processo de efeito de estufa, e concomitantes alterações climáticas, de origem antropogénica, isto é, humana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1] - [fonte: Footprint Network - em inglês]
[2] - WWF Internacional,ZSL Living Conservation, Global FootPrint Network. Planeta Vivo Relatório 2010 – Biodiversidade, Biocapacidade e Desenvolvimento. Suíça. ISBN 978-2-940443-08-6.
[3] - [fonte: Administração de Informações de Energia - em inglês].
Inês Pereira
Consultora
Qualiwork